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domingo, 22 de dezembro de 2013

Educação a Distância: Possibilidades de transformações e dilemas para o ensino regular.


Ao longo da história humana, desenvolveram-se inúmeros modos às quais as pessoas podem se interagir de forma virtual; e essa é uma palavra utilizada, muitas vezes para ignorar as relações às quais ocorrem nesse espaço tecnológico, é utilizada para transformar esse relacionar-se de forma como se não fosse uma relação original entre indivíduos, e no campo educacional deve favorecer essa reflexão e, apesar de seu paradigma original, sair de uma perspectiva simplista para, através de um novo processo educacional, utilizar-se das tecnologias para a fomentação de indivíduos autônomos e a democratização do ensino.
Porém toda relação é a construção de hipertextos de seres relacionais as quais, ainda que de modo distantes fisicamente, podem se relacionar através de ferramentas tecnológicas, sendo que a informática não é a primeira delas, mas a que está em vigor na atualidade. Antes dela ocorreram outras diferentes formas de se relacionar virtualmente, tais como correspondências, telégrafos, telefones e etc. (LEVY, 2011, p.p.: 19).
Cada inovação tecnológica, cada qual em a seu modo teve alguma influência na estrutura educacional, trouxeram impactos à forma pela qual a humanidade se narra e conhece a sua realidade e na educação ocorre o conflito entre o antigo e o novo; e ignorar isso seria não perceber o porquê da origem da recusa das tecnologias na educação. Tal como salienta a filósofa Hannah Arendt: 

O problema da educação no mundo moderno está no fato de, por sua natureza, não poder abrir mão nem da autoridade, nem da tradição, e ser obrigada, apesar disso, a caminhar em um mundo que não é estruturado nem tampouco mantido coeso pela tradição. [...] Dado que o mundo é velho, sempre mais que elas mesmas [as crianças], a aprendizagem volta-se inevitavelmente para o passado. [...] A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seu próprio recurso, tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disso com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum. (ARENDT, 2013, p. 246-247).  

O educador e o processo educacional têm como função de, ao mesmo tempo, transmitir valores pré-existentes ao indivíduo, mas ao mesmo tempo, permitir-lhe a função de criação de um futuro ainda inexistente. Na educação ocorre o conflito entre o antigo e o novo; e ignorar isso seria não perceber o porquê da origem da recusa das tecnologias na educação. 
Muitas vezes, por conta dessa dupla função, e uma falta de aprofundamento e debate entre os educadores e os gestores, quanto ao uso da tecnológica à educação, segundo Almeida incorre no seguinte erro:
“Essas profecias tecnológicas simplificadoras esquecem-se de que o que determina a eficácia do ensino e da aprendizagem é a existência de um Plano Pedagógico Escolar adequado, rico, consistente, motivador, crítico e inovador.” (ALMEIDA, 2000, p. 11).
Assim, pode-se notar que a educação está diante de mais uma transformação e deve estar atenta e reflexiva para tal, tornando o campo educacional algo cada vez mais interessante, e o educando passa a ser parte cada vez mais integrante e autônoma em seu processo de ensino – aprendizagem, sendo imprescindível uma inovação nos planos pedagógicos para a democratização do ensino.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Fernando José de. JÚNIOR, Fernando Moraes Fonseca. Projetos e ambientes inovadores. Brasília, DF.: Ministério da Educação, 2000.

ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. 7ed. São Paulo, SP.: Editora Perspectiva, 2013.


LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência; o futuro do pensamento na era da informática. 2ed. São Paulo, SP.: Editora 34, 2011

quarta-feira, 26 de junho de 2013

   Análise dos movimentos de massa no Brasil, Junho 2013  Hannah Arendt


“Talvez nada em nossa história tenha durado tão pouco quanto a confiança no poder, e nada tenha durado tanto quanto a desconfiança [...] em relação ao seu espaço de aparência; e [...] nada é mais difundido que a convicção de que ‘o poder corrompe’”. (Hannah Arendt)

   Tentar exprimir o que ocorre nestes movimentos já é de certa forma apresentar uma ótica do qual se espera que se corresponda. É ao pronunciar o que ocorre na própria condição de existência do humano, apresentar o que dele pode ser observado que pode nos levar de forma equivocada. Portanto, esse texto visa apresentar apenas uma das perspectivas que se pode assumir, uma vez que a sociedade, e os próprios movimentos apresentam características que são próprias da contemporaneidade de se ser no meio da massa, e ter de ser na própria massa; ao mesmo tempo em que se deseja apresentar suas características particulares; não sendo, talvez, possível a tomada de um ponto de vista particular como sendo universal, esta análise pretende apresentar uma visão sobre os últimos acontecimentos dos movimentos populares e de massa que vemos ocorrer no Brasil, numa perspectiva filosófica tento por base Hannah Arendt, na obra: “A condição humana”, capítulo 28: O espaço da Aparência e do Poder (Editora Forense-universitária LTDA, 2ªedição, 1983).

   Para que possamos melhor compreender, primeiramente, independentemente de qual seja à frente; de esquerda, de direita ou de centro que possam estar pertinentes na administração política do Brasil e que possam inferir nas manifestações sociais, faz-se necessário a admissão de que este é um movimento político, pois o homem, uma vez manifestado sua ação pública, o faz ante os seus. Cabem então algumas perguntas que a princípio podem ser feitas, tais como: qual a sua fundamentação? O que se manifesta nesses movimentos? Qual a sua importância e o que representa para a democracia no Brasil?

   Tendo isso apresentado, talvez já se possa observar a primeira questão, na qual se torna cada vez mais evidente que a fundamentação desses movimentos de massa, se faz pela apropriação de se existir nesta multidão que se manifesta pelas ruas; bem como o que se manifesta, pois ao que aparentemente se vê é uma série de “gritos particulares” em meio à multidão. Não se tem de modo ainda perceptível uma pessoa que tenha assumido: “vamos gritar por isso e aquilo; queremos isso e isto”; tal fato torna-se de também importância na compreensão da própria política e da democracia, e o uso das redes sociais como meio imprescindível para tais acontecimentos.

   O ser humano, por essência, é “Zoopolítico”; pelo fato dele não poder exercer isoladamente a dominação de seu meio, se faz necessária a convivência com os demais. Esta mesma necessidade nos levou a criação das redes sociais, na qual nos permitiram uma série de conexões as quais se faz a efetividade do ser e do existir pela própria rede; mesmo que de movo virtual com as pessoas que pertencem ao seu “perfil” como “amigos” e por aquilo que você “curte” ou “compartilha”, enfim,  como necessidade de se pertencer a determinados grupos e compartilhar determinadas informações.

   Essas informações se apresentam de forma bastante pragmática, com imagens que tornam bastante caricato o que se quer expressar. Se antes estávamos “limitados” a observar, “curtir” e “comentar” os ocorridos de modo particular, entre amigos e colegas – as vezes nem tão próximos – ; ao eclodir um movimento social, aparentemente, mesmo que, ainda não se saiba os reais motivos a serem manifestos, há uma voz a qual se quer fazer existir. Fazer-se existir, não mais, apenas por um voto “representativo”, mas pela participação particular e pela força, que a massa tem em transformar a política; a vida na cidade e país em que vivemos.

   A fundamentação da ideia de polis nos remete á sua origem fundamentada na Grécia, na qual a criação de uma cidade-estado possibilitou ao homem a objetar-se neste meio através do discurso. Porém o discurso, que é próprio da democracia – como já nos alertava Platão –, sendo própria da democracia a necessidade, para se efetivar uma determinada realização de vontade, a “arte” de se discursar, e até mesmo de se “corromper”. Não é de hoje, nem de partido X ou Y, que estiveram no poder da nossa atual democracia no Brasil, que, para a fundamentação política, faz-se necessário este “discurso”; a arte do discursar é cada vez mais imprescindível, mas esta deve ser de modo concomitante as ações que são feitas à população que, de modo indireto, elegeu um determinado representante.

   Os governos existentes não puderam atender uma série de expectativas, estas, agora, percebe-se que muitas vezes não foram observadas e levadas a sério; os poderes representativos realizaram ações por vontades próprias e do poder pelo simples poder; todavia, o poder se efetiva, não como instância última, mas como potencialização e realização das esferas particulares no publico.
     
   As manifestações que tem ocorrido no Brasil, pelo que se nota não ocorrem de forma isolada, pois esse fenômeno se apresenta em vários outros países, nas quais também se têm a característica dos usos das redes sociais; mesmo que cada um tenha características que lhe são próprias, as conexões existentes através da rede difunde a perspectiva de que há algo a mudar. Mas devemos ficar atentos que o que move, em linhas gerais, as manifestações são de forma generalizada vontades particulares por uma forma de governo, que se deve admitir que se fosse para um bem geral, não há possibilidade de atender às solicitações particulares.

   Essas são de vital importância, pois trouxe à tona as frustrações da população presas por longos anos na sociedade brasileira, só que com isto não podemos aceitar, e devemos ter cuidado, para que não se imponha uma estrutura autoritária. Os manifestos podem servir para alerta o governo que o discurso não é mais algo que deva se acabar por si só, mas mostrar-se em ações. Os preços das passagens do transporte público urbano foi apenas um “estopim”, na qual diz: “os custos para sermos um Brasil estão altos demais e não temos os devidos retornos”; as estruturas em vigência são nele questionados, e por direito o devem ser e cobrar as efetivas ações nas quais não se quer que alguns representantes, que na maioria das vezes nem os representa, ainda seja um custo tão pesado. Que se façam eventos esportivos, mas não se esqueça dos serviços de base, que é ali que se mostra o governo; que os deputados possam responder à lei, que numa democracia que se faz pelos três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário – como proposto por Montesquieu –. Que se faça ouvir a voz das vontades insatisfeitas da população, porém não apenas no discursar e sim nas ações que lhe cabe transformar, pois ao que pode resultar na necessária mudança do poder ou de sua estrutura em vigência.

   Apesar de ser “pacifica” as manifestações em massa, nada tem deste termo. Apesar de não fazer-se uso da violência, uma vez que à população a mesma não é legitimada, a “fragilidade” da condição de existência particular conhece que se juntar aos seus demais o torna mais “forte”. Força tal que é ainda mais violente até do que o uso de qualquer arma, uma vez que é o que possibilita derrubar o próprio governo, pois se quer governar para aqueles que estão vivos, e não para os que poderiam estar mortos. Diante das manifestações o governo torna-se limitado de tomar qualquer ação violenta, pois a dor assumida por um passa a ser tomada como se o fosse de todos.

   O poder da massa tende a transformar e ser em última instância o questionamento do próprio poder em vigência. Porém nem sempre este se mostra ser algo muito salutar, pois neste meio da multidão, poder-se-ia alguém fazer-se ouvir a qual se assuma como verdade a todos e suba como uma figura heroica, que poderá se por de forma totalitária. Um governo que se mostra apenas pelas palavras e não condiz à ação tende a ser extinto; contudo deve-se observar que, em países como Egito, que ocorreu a “primavera árabe”, acabou impondo um governo ainda mais totalitário que o anterior. As manifestações, aparente, apresentam, assim como lá, aqui no Brasil, em suas essências ideais nacionalistas em defesa de uma política “limpa” e com o uso do hino nacional e da bandeira; porém manifestações de massa e nacionalistas, quase nunca, ao longo da história, nos levaram a governos democráticos na qual, ainda que restritamente, as vontades particulares podem fazer-se ouvir.


sábado, 3 de julho de 2010

Análise fenomenológica


Me parece que o real não pode ser se não uma própria representação do homem, ele se torna real e as coisas à sua volta na medida que as compreende, analisa e as representa.

O professor desenha no quadro uma flor, e pergunta para a classe: "o que é isso?" Todos respondem "é uma flor". Então ele corrigi "é um desenho de uma flor, esta não é a flor, ela não tem cheiro, textura ou cores, mas ela representa uma flor".

Então, ao que parece, o real passa ser representado, e a representação passa a ser o real.Mas o que é então o real? Por que o homem desenvolve a capacidade da abstração?

Os pré socráticos, analisavam que "o rio que mergulhei ontem não é o mesmo de hoje". O rio pode ser o mesmo, mas a água já não é mais a mesma, uma outra água. Mas ainda é água, um único elemento.

Porém as coisas são finitas, elas acabam, mas segundo Platão, isto é uma incoerência com o ser humano, pois ele tem uma "alma", termo advindo da filosofia de Sócrates - ao qual nada escreveu, pois foi descrito seus principais pensamentos pelo próprio Platão,- que significa anima, aquilo que tem animos, conatus, movimento, vida, ser vivente (que posteriormente será estruturado logicamente por Aristóteles). Todavia Platão atribui a essa "alma" uma imortalidade, que alcançará a verdade plena após a morte na "plánicie da verdade" e que mergulhará "no rio do esquecimento", para então voltar à essa vida. Aqui Platão cria uma dualidade (corpo x alma), ao qual se seguirá toda uma filosofia cristã, que deitará e rolará sobre essa dualidade, até de modo fantasioso.

Mas o que Platão queria dizer, com essa "alma" era o próprio conhecimento, nada de "espíritos" ou outras "entidades" criadas (principalemente pela filosofia neo-platônica de Plotino e que se segue à Sto. Agostinho ao qual a própria "santidade" o segue como recusa das "tentações carnais" - afastamento do mundo). Porquanto ele se referia a uma estrutura da busca pela verdade de um conhecimento "puro" e criticava as artes por serem um falseamento do falsemento da verdade, pois o mundo para ele, no sentido físico mesmo, era errôneo, pois enganava à busca de uma verdade, por fim a arte como tal era pior ainda, uma vez que a ela caberia o papel de "enganador supremo".

"Enganador supremo", na verdade não é um termo que se vê em suas reflexões. Mas é interessante observar que se faz análogo ao "gênio maligno" de Descartes.Que terá na dualidade com David Hume, a máxima dessa "separação" entre corpo e alma, sensível e ideia.

Mas a dualidade enfrentada por Descartes se dá na sua oposição à teoria de David Hume. Segundo o qual não há relações entre os eventos, nada como um vínculo físico duma relação “necessária”; os eventos simplesmente meramente ocorrem, e não há nenhum “deve” ou “deveria” envolvido, mas, a experiências repetida dos eventos se estabelecem uma expectativa da ocorrência inevitável de um outro que erroneamente é projetada numa inferência mental aos outros eventos, pois as relações causais se dão através de inferências, sendo essas as que os observadores a fazem, conquanto pode se atribuir que tal necessidade existe apenas na mente; a causalidade se encontra intimamente vinculada ao papel de sua inferência, no qual apresenta dois pressupostos: “causas similares, em circunstâncias similares, sempre produzirão efeitos similares”, e a de que “a natureza continuará a mesma”.

Hume endossou com freqüência uma concepção característica do século XVII, segundo a qual a idéia, em última instância, remonta, por análise, às impressões sensíveis de um tipo interno ou externo. Assim, ele afirmou que todas as suas teses se baseiam na experiência, compreendida como consciência sensível associada à memória, uma vez que somente a experiência estabelece os fatos.

Destarte Segundo nosso filósofo, ao que se segue suas analises, principalmente na terceira reflexão do "Discurso sobre o Método" (na primeira tem-se o mundo por "verdade",as sensações etc; na segunda a observação de que a "vela que ao ausentar-se da sala não era vela, mas sim cera, mas como sabia que era antes uma vela?"; e na terceira vem a figura do "gênio maligno" que tenta desviar na busca da verdade e ver o fisis como o real). E contrariamente à concepção de Hume, será a obervação da realidade que estabelece os fatos, porquanto os fatos se dão no nível da ideia, o patamar do pensar (cogitar) "cogito ergo sum" (penso logo existo); eis a máxima que se dá ao pensamento de Descartes; como por exemplo citado anteriormente observado a vela, ante esse "antes" e "depois" (a vela e a cera) eu observei e fiz a percepção que a cera fora anteriormente a vela.

Pois bem , se apresenta aqui, Kant, ele acaba sendo o filosofo que vai sair dessa dualidade entre Hume e Descartes, apresentando que a expreriência produz o conhecimento, mas que ela também tem uma estrutura que não se origina apenas na experiência; tem-se então o termo fenomenologia.

O fênomeno é uma "via de mão dupla" (em termos coloquiais). O sujeito é afetado pelo objeto, e ele o observa, por capacidades inerentes à sua estrutura cognitiva (conatus-estruturas a prioriori, ou anteriores à experiência-;sensibilidade, intelecto e razão) no qual a realidade não pode ser conhecida em si, ela não é em si, mas o que se observa dela, e por quanto a mesma passa ser representada, e a representação passa ser real.

Mas embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo ele se origina justamente da experiência. Pois poderia bem acontecer que mesmo o nosso conhecimento de experiência seja um composto daquilo que recebemos por impressões e daquilo que a nossa própria faculdade de conhecimento (apenas provocada por impressões sensíveis) fornece de si mesma, cujo aditamento não distinguimos daquela matéria-prima antes de um longo exercício nos tenha chamado a atenção para ele e nos tenha tornado aptos a abstraí-lo.*

*Apud: "Critica da razão Pura": REZENDE, Antonio. Curso de Filosofia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor,2001. 10. ed. pp.:133;

PS: Ao longo dos artigos vou abordar alguns temas, fazendo uso também dos materiais desenvolvidos ao longo do meu estudo universitário, este artigo é apenas uma introdução, irei desenvolver outros... aguardem =D, espero que tenham gostado.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Realidade




Domingo, 20 de Junho. Começa mais uma transmissão de mais uma partida dessa copa.

Brasil x Costa do Marfim, segue o jogo e todos conhecem o resultado. O jogo termina, e começa a coletiva de imprensa, com o técnico Dunga. Ate que inesperadamente ele se irrita com um jornalista da Globo e baixinho ele o xinga.E isto se torna uma ofensa a toda a Rede Globo e a classe jornalística, que já sai em alto e bom tom, em nota no Fantástico, que passa a defender o "direito de imprensa", o da "livre expressão" e do "apoio" da Rede Globo à seleção brasileira. E este se torna o um dos videos mais acessados da internet.

Quase que "simultaneamente" na região Nordeste é castigada pelas chuvas, sendo que somente hoje(23/06) que a globo finalmente dá uma entrada ao vivo nesta região.

A imprensa tem sim o livre direito à expressão, e não sou contrário a ela, mas questiono a sua ideia de "idoneidade" ou "imparcialidade". Esses termos, vê-se pois que são equívocos ou até errôneos. A imprensa tem um "partido", no sentido amplo da palavra; ela toma partido ao trazer uma noticia.

A pergunta que se segue é, quem aponta a câmera (ou a caneta no caso impresso), o que se busca neste apontamento? Será esta de fato uma questão que mereça tal importância?

A imprensa ajuda a criar a "realidade", pois com nela se "ensina" como a vida "deve ser vivida". Ate ao áudio quase que inaudivel se faz ecoar como um grito de gol. Ela não deixa nada escapar a seu alcance, mas ao que ela quer alcançar?

São mais de 42.000 pessoas sem residência. Mas somente hoje que eles começam a efetivamente noticiar essa calamidade publica. Tal calamidade publica a que se assiste na mídia não é de fato esta tragédia que ocorre, e sim a uma disputa idiota. E não faço uso dessa palavra por menos, pois ela advem do termo grego "idi" e "otica": aquele que olha apenas para si. E foi exatamente o que a Globo, novamente, acabou fazendo, olhou apenas para si mesma. A isto ela não tem câmeras de alta definição, dubladores ou uma auscuta.

O importante é que o brasileiro poderá dormir tranquilamente após mais um duro dia de trabalho, pois o Brasil segue para a segunda fase da copa e a França (essa sim, não poderia esquecer) está eliminada.